sexta-feira, 29 de maio de 2009

Os Sankalpa e a Marta Lopes

Aqui vai um cheirinho do que vamos ter no Fest-Yôga de Viseu. Vamos ter isto e muito mais... A verdadeira Cultura SwáSthya!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

O Caminho... Indo eu, indo eu...



No outro dia o Prof. Luis Lopes contou uma história muito interessante. Imaginemos que um dia o Mestre chega junto de nós, a rebolar de riso, dizendo-nos que afinal essa história do samádhi é um grande engano e não existe tal coisa! Mas que isso também não tem importância nenhuma…
Como é que nós reagiríamos? Com certeza que, também, soltaríamos umas valentes gargalhadas e continuaríamos como até aqui. Percorrendo o caminho!

Esta história veio-me agora à cabeça, porque estive a ver um documentário sobre o “Caminho de Santiago”. Várias pessoas que foram entrevistadas disseram que não importa quando e se se chega ao final da jornada. O que importa mesmo é saborear cada minuto daquilo que o Caminho tem para oferecer a cada um que o percorre.

Assim é connosco, no SwáSthya. Por isso, a meta é o ponto menos importante da trilha. O que vale mesmo é sabermos que estamos no Caminho, que o partilhamos com outros como nós. Por vezes, é a conversa alegre e sábia que nos envolve enquanto caminhamos de mãos dadas, outras vezes é o caminhar solitário ouvindo a voz interior com as mãos em Shiva mudrá, aprendendo connosco mesmo e deixando que a Vida nos guie.

Durante o Caminho de Santiago os peregrinos sobem e descem montes, atravessam vales e passam por vilas, aldeias e cidades misturando-se na multidão sentindo a força gregária e a alma de cada cidade. Essa passagem fortalece-os e, depois, continuam o caminho mais enriquecidos com a cultura histórica, cultural e humana que cada terra lhes ofereceu. Também nós, no SwáSthya, durante o Caminho gostamos de nos reunir e juntar todos para nos banharmos na nossa Cultura e na nossa egrégora.

Para isso, criámos os Fest-Yôga para durante três dias inteirinhos sermos uns dos outros e uns para os outros. Escolhemos, a cada ano que passa, ambientes e cidades culturalmente diferentes.
Muitas práticas, muita festa e muita alegria com convidados muito especiais que vão semear no nosso Caminho rudrákshas de conhecimento. Depois, só temos de os regar para que o conhecimento se transforme em sabedoria.

Este ano vamos ter dois, que bom! O primeiro é já este mês, no norte do País, em Viseu. Uma das nossas mais antigas cidades, com uma grande riqueza cultural e com uma das melhores Pousadas de Portugal, que vai ser toda só para nós.

O Fest-Yôga do Porto vai ser nos dias 19, 20 e 21 de Junho e acontece na Pousada de Viseu http://www.pousadas.pt/historicalhotels/EN/pousadas/Portugal/Beiras/Viseu/home/notícias

Vão lá ver as fotos e vejam como é belo!

Em Setembro, no Fest-Yôga do Sul, descemos aos pés do Atlântico para nos refrescarmos no Algarve despedindo-nos do Verão e carregar as baterias para o Inverno que, entretanto, se aproxima.

Por isso, marca já a tua rota para nos encontrarmos todos em Junho e em Setembro.
SwáSthya!

domingo, 17 de maio de 2009

A Unidade 5 de Outubro






































A Unidade 5 de Outubro fez 7 lindos aninhos no dia 11 de Maio. Para comemorar a data fizemos uma bela festa com os nossos alunos. O tema foi a Índia e lá fomos nós com aquelas roupas indianas lindíssimas. Para animar a festa, e dado que todos os nossos alunos têm veia artística, fizemos uma tarde cultural bem animada em que cada um deu o melhor de si nessa área.
Tivemos um grupo de mantra com Carlos Bruno, Nádia, André, Catarina e Margarida, leitura de poemas e contos pela Micaela, Paulo e Manela.
Ouvimos violas a cantar dedilhadas pelo José e pelo João, apresentação de um novo livro da nossa aluna escritora Mónica Mirpuri e, ainda, presenciámos o juramento do yôgin feito pela Felicidade. A Manela também nos brindou com uma poderosa coreografia.
Foi uma festa com muita risada, muita alegria, muito boa comidinha e, no final, dancámos ao som do SwáSthya e de Goa Trance.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O meu pai


O meu pai foi o meu primeiro Mestre! Chama-se Joaquim.

Ensinou-me a ler, tinha eu 4 anos. Fê-lo através dos títulos dos artigos do jornal "Diário Popular" que era o que, nessa época, se lia lá em casa. Assim, quando fui para a 1ª classe já conseguia ler tudo. O meu pai era o meu herói.

Lisboeta e homem de fortes convicções, educou-me a mim e ao meu irmão, sob um sentido régio de que em primeiro lugar está sempre a família.

Quarto filho de uma família humilde mas honrada, nasceu quando a minha avó Luzia já tinha 40 anos. O meu avô Zé Maria era um boémio que adorava andar pelo Chiado e pela Baixa, dando-se com artistas e escritores. A imagem que tenho dele é de um homem alto, elegante, muito bem posto e que me sentava nos seus joelhos dando-me palmadinhas nas costas, dizendo:" Muito bem, muito bem".

Ainda era criança quando eles partiram, mas lembro-me bem deles e guardo com carinho as suas memórias.

O meu pai andou na escola só até à 4ª classe, como milhões de portugueses da primeira metade do século XX, mas sempre procurou cultivar-se interessando-se por diversas matérias. Além disso, sempre foi um ás com os números. Faz contas de cabeça mais rápido que uma calculadora.

As memórias mais doces que guardo da infância são passadas com ele. Lembro-me quando agarrava em mim, segurava-me debaixo dos braços e eu estendia-os para chegar com as mãos ao tecto. Como me sentia crescida, nessas alturas! Lembro-me de pôr os meus pés em cima dos dele e dançarmos juntos, bem agarradinhos, ao som da música do rádio a válvulas que ele comprou assim que eu nasci, para a menina poder ouvir música.

Lembro-me de quando o meu pai me ensinou a nadar na praia da Ericeira em que punha a sua mão debaixo da minha barriga e eu dava aos pés e aos braços. Até que um dia nadei sózinha...

Lembro-me de quando ele chegava a casa já tarde, depois das dez da noite, vindo do serão no emprego e que ainda tinha paciência para ir ver se eu tinha feito bem os trabalhos de casa. Ai de mim se não estivessem bem, obrigava-me a levantar e lá ía eu corrigir o que estava mal. E, fez ele muito bem:)

O meu pai deu-me uma educação muito disciplinada, mas com liberdade para que eu pudesse crescer com ferramentas culturais e sociais para singrar na vida.

Aos 10 anos inscreveu-me na ginástica ritmica porque era bom para mim e fazia bem à saúde, sempre apoiou os meus estudos e quiz para mim um curso superior numa faculdade convencional. Essa vontade não consegui fazer-lhe, mas pai sou tão feliz como Professora formada pela Universidade de Yôga...

Portanto pai, continuas a ser o meu herói e quero agradecer-te tudo o que fizeste por mim. Todo o apoio, carinho, amor, repreensões e lições de coragem que me deste nestes 51 anos da minha vida. Amo-te muito.

domingo, 3 de maio de 2009

Dia da Mãe


Hoje é o Dia da Mãe ou como dizem os brasileiros Dia das Mães.

Por isso, aqui vai a minha homenagem àquela que me carregou durante 9 meses no seu ventre e que até hoje tem sido um ponto de referência na minha vida. Educou-me com carinho, amor e fortes valores morais e éticos.
Por isso, hoje, mãe este post é para ti.

A minha mãe é linda! Chama-se Maria. A minha mãe escreve poemas e contos. Até já publicou 2 livros. Tem 73 anos e aos 72 criou o seu próprio blog e sem ajuda!!!!

Lembro-me de quando era pequenina, aninhada ao seu colo e a dar-lhe beijinhos no pescoço, como a sua pele era macia. Lembro-me das histórias que me contava de manhã, a mim e ao meu irmão, para que nos levantássemos. Enquanto nos arranjávamos ela lá ía contando, mas esperta deixava sempre a história a meio para que no dia seguinte acordássemos mais rápido para ouvir a continuação.

É uma alentejana rija e com um profundo amor nostálgico ligado à sua terra, S. Martinho das Amoreiras. Como ela gosta de contar histórias das gentes da sua terra. Da minha bisavó Teresa que era muito sua amiga, da minha avó Hermínia que, para fugir à fome, se viu forçada a vir para Lisboa com 5 filhos, histórias das primas, dos primos, dos ricos da aldeia, enfim... histórias de toda uma época que marcou muitos portugueses na era do Estado Novo.

A minha mãe é uma mulher de paixões, apaixonada pelo marido, pelos filhos, pelos netos e agora pela bisneta. Também apaixonada pela vida, pelas artes e pela cultura. Ah e pelo Sporting :)
A minha mãe está aposentada há muitos anos, mas nem por isso reformada. Continua a fazer voluntariado na Associação de Dadores de Sangue da EDP, com uma grande pró-actividade.
Sempre teve pena de não saber nadar, por isso aos 60 anos inscreveu-se na natação e agora até parece uma sereia...

E, para terminar, uma frase com que o meu filho Hugo me presenteou há muitos anos, ainda criança, com um desenho de lápis de cor, feito por ele, da Zambujeira do Mar:

"Mãe, se soubessesses o quanto eu gosto de ti, até davas pulos de contente"

O blog da minha mãe é http://mariagonamd.blogspot.com

sábado, 2 de maio de 2009

Brasil dois mil


Fez ontem, no 1º de Maio, 9 anos que eu fui ao Brasil pela primeira vez. Fui com a Renata e, nessa 2ª feira, abalámos de Lisboa bem cedinho num avião com destino a S. Paulo.

Chegámos lá a meio da tarde, hora local, e a minha primeira impressão dessa gigantesca cidade foi a vista aérea. Um nunca acabar de prédios que terminavam lá ao fundo da linha do horizonte, cobertos com uma densa neblina que mais tarde vim a saber que era poluição.
Chegadas ao aeroporto fomos de táxi para casa da Norminha uma amiga da Renata, médica e instrutora de SwáSthya, na Jaú.

Devido ao feriado e fim-de-semana alargado, as ruas estavam quase desertas. Fomos muito bem recebidas pela Norminha que com a sua alegria contagiante me fez sentir em casa. Uma das palavras mais usadas pela Norminha era "bárbaro". Quando achava que alguma coisa era fantástica ou maravilhosa, ela dizia sempre "bárbaro, mas que bárbaro". No ínicio não percebi o que ela queria dizer, mas depois comecei a achar graça a essa gíria :)

Uma das imagens que me ficou desse primeiro dia foi a seguinte: ao fim da tarde, estava eu na varanda do apartamento sito no 12º andar, a admirar a vista com o sol a deitar-se lá sobre a neblina e, de repente, vindos lá de longe dezenas de helicópteros rasgavam os céus como pequenos insectos a invadir a cidade. Pensei, mas que coisa o que será isto? Eram os latifundiários, donos de roças e outros endinheirados que regressavam a S. Paulo depois do fim-de-semana alargado.
Esta foi a primeira grande diferença que vi entre Portugal e Brasil. A enormidade de tudo! Das distâncias, do tamanho das cidades, do fosso entre classes sociais, da quantidade de gente nas ruas e muito mais.

Passei um mês inteirinho no Brasil, acompanhada pela Renata e uma semana mais tarde, também pelo seu filho Hugo, que já por lá andava há 6 meses. Foi um mês bárbaro (lol), em que conheci mais a fundo a egrégora e o trabalho da Uni-Yôga, conheci muitas Unidades, muitos instrutores e tive o privilégio de passear com o Mestre DeRose por lugares, tanto em S. Paulo como no Rio, dos quais ele tinha sempre uma história para contar.

Um desses locais foi o Rio, onde o Mestre passou a infância e a adolescência. Adorei ouvir as suas histórias, que me fizeram sentir como se estivesse dentro do filme do "Yôga, Mitos e Verdades".

Passeei muito pelo Rio, vi o sol a nascer no mar (em Portugal o sol põe-se no mar) depois de uma noite passada numa das discotecas da moda, bebi água de côco, andei no calçadão e dormi em casa da Bel e do Gustavo, um casal maravilhoso que nos acolheu muito bem.

A viagem continuou por Porto Alegre e Floripa onde fomos ao Fest-Yôga que congregou mais de 400 participantes vindos de todo mundo. Foi uma experiência fantástica!

E, pronto, aqui estão umas leves pinceladas do que foi a minha primeira viagem ao Brasil em 2000 :) Na foto a Renata, a Norminha e eu.