As rosas de Santa Teresinha são pequeninas, de um rosa clarinho muito suave e com um aroma que se espalha muitos metros em redor. São lindas e das minhas flores preferidas!
A janela da minha cozinha dá para os quintais dos prédios que formam o quarteirão onde moro. O jardim pequenino, que está mesmo em frente da minha janela, é duma velhinha que mora há 50 anos na mesma casa e que há 50 anos trata com desvelo do seu pequeno canto do paraíso.
Todos os dias, de manhã, quando abro a janela gosto de ficar a admirar e a absorver os cheiros que exalam dos pequenos canteiros. Cada estação do ano tem as suas particularidades e eu, como desde há 30 anos que sou uma voyeur destes quintais, conheço muito bem cada etapa da evolução sazonal.
Nesta época do ano são os limões que enchem de amarelo um dos quintais do fundo, as sardinheiras que pintam de vermelho o muro branco lá para a esquerda, a nespereira da vizinha do fundo repleta com aqueles frutos, que eu um dia há 48 anos presenteei o meu irmão bébé depositando-lhe nêsperas no berço pois achava que o mano tinha fome, e mesmo à minha frente com todo o seu esplendor a farta ramagem repleta de rosas de Santa Teresinha.
Às vezes, de manhã, quando abro a janela lá está a velhinha a tratar do jardim. Curvada, de cabelo alvo, ela nem me vê. Lá anda tirando algumas folhas amarelecidas, cuidando, amando as suas plantas e as suas flores. Nem ela sonha o prazer que me dá com o seu pequeno jardim coberto com as rosas de Santa Teresinha. Obrigada vizinha velhinha!